domingo, 10 de junho de 2012

Métodos Quantitativos e os índices de mortalidade infantil na Bahia.


As ciências, de maneira geral surgiram da necessidade humana em registrar e sistematizar o conhecimento. A Estatística, que faz parte da Matemática Aplicada, também teve esse finalidade.
De acordo com Crespo, foi no século XVI que os eventos sociais como casamentos, batizados, funerais, começaram a ser analisados sistematicamente,originando as primeiras tábuas e tabelas e os primeiros números relativos. E, no século XVIII, tais conceitos obtiveram caráter científico e Godofredo Achenwall, nomeou a nova ciência como Estatística.

A Estatística é parte da Matemática Aplicada que fornece métodos para a coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados e para a utilização dos mesmos na tomada de decisões. A coleta, a organização e a descrição dos dados estão a cargo da Estatística Descritiva, enquanto a análise e a interpretação desses dados ficam a cargo da Estatística Indutiva ou Inferencial. Em geral, as pessoas, quando se referem ao termo estatística, o fazem no sentido da organização e descrição dos dados (estatística do Ministério da Educação, estatística dos acidentes de tráfego etc), desconhecendo que o aspecto essencial da Estatística é o de proporcionar métodos inferenciais, que permitam conclusões que transcendam os dados obtidos inicialmente. (CRESPO, 2002, p.13)


Dessa forma, a Estatística passa a ser oo estudo de como chegar a conclusões sobre o todo (população), partindo da observação de partes desse todo (amostras). E para tal objetivo utiliza o método científico, ou seja,conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar a um fim que se deseja.
A Estatística utiliza os métodos experimental e estatístico para a viabilização de seus dados.
O método experimentalconsiste em manter constantes todas as causas (fatores), menos uma, e variar esta causa de modo que o pesquisador possa descobrir seus efeitos, caso existam.
E, o método estatístico, é utilizadodiante da impossibilidade de manter as causas constantes, admite todas essas causas presentes variando-as, registrando essas variações e procurando determinar, no resultado final, que influências cabem a cada uma delas.
Assim, a Estatística permite a utilização funcional dos dados coletados ao garantir que os estudos efetuados são válidos e confiáveis.
E, este trabalho tem como enfoque principal abordar os índices da mortalidade infantil na Bahia, em crianças de 0 a 1 ano de idade. E, para tanto, utilizamos a Estatística através dos dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Organização das Nações Unidas (ONU) no intuito de informar aos leitores o índice dos óbitos neonatais, bebês com até 27 dias, e pós-neonatais, de bebês entre 28 dias e 12 meses.
A mortalidade infantil corresponde ao número de crianças que vão a óbito antes de atingir um ano de idade. No Brasil as taxas de mortalidade infantil decresceram muito nas duas últimas décadas, contudo, o índice ainda é muito elevado, cerca de 23,6 mortes por mil nascimentos, comparando com outros países fica mais evidente que existe muito o que melhorar, pois em nações como Suécia o índice é de 3 mortes por mil nascimentos, Noruega 10,4 mortes por mil nascimentos, Canadá 4,63 mortes por mil nascimentos, mesmo em países de menor desenvolvimento os índices são melhores que os brasileiros, como o da Coreia do Sul 4,01 mortes por mil nascimentos, Cuba 6 mortes por mil nascimentos, Chile 13 mortes por mil nascimentos, Costa Rica 9,01 mortes por mil nascimentos, Argentina 19 mortes por mil nascimentos e Tailândia 10,06 mortes por mil nascimentos.
Para que tais índices melhorem, o Brasil estabeleceu uma meta de até o ano de 2015 reduzir em 15,6% as taxas de mortalidade infantil, essa é uma medida para o cumprimento de Metas do Milênio, realizada em 2000, na Declaração da Cúpula do Milênio das Nações Unidas, que ocorreu na cidade americana de Nova York, no entanto, esta meta já é superada no Rio Grande do Sul (que apresenta o menor índice do país 13,5 mortes por mil nascimentos), mas esse percentual não condiz com a realidade nacional, há muito o que melhorar nesse sentido.
Na última década, o Nordeste teve a maior redução na mortalidade infantil, entre todas as regiões brasileiras, de 58,6%. Os índices nordestinos caíram de 44,7 mortes por mil nascidos vivos para 18,5 por mil. Mesmo com as diferenças entre as regiões caírem significativamente, o Nordeste continua a ser a que tem a pior taxa.
Uma análise dos componentes da taxa de mortalidade infantil (TMI) mostrou que o número de óbitos neonatais foi maior do que o de pós-neonatais. Quase 66% das mortes ocorreram antes dos bebês completarem o mês de vida. Os óbitos neonatais precoces, que acorrem até o sétimo dia, foram mais frequentes do que os neonatais tardios, ocorridos entre o e o 27º dia.
O Semi-árido continua concentrando as piores taxas do país. De acordo com o relatório do UNICEF Crianças e Adolescentes no Semi-árido Brasileiro 2003, em 95% dos municípios, (TMI) é maior do que a média nacional e, em 31% dos municípios, é maior do que o dobro da média nacional. Os índices seriam ainda mais críticos se todos os nascimentos e óbitos fossem efetivamente registrados.
As taxas de mortalidade infantil calculadas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia-SESAB através da Diretoria de Informação em Saúde-DIS são diretas, baseadas nas informações obtidas através do SIM, sistema de informações sobre mortalidade, e naquelas obtidas no SINASC, sistema de informações sobre nascidos vivos, ambos de base populacional, implantados em todo o país e coordenados pelo Ministério da Saúde. Estes sistemas, no estado da Bahia, assim como em outros estados, principalmente os da Região Norte e Nordeste do país, apresentam limitações, sendo que uma das mais importantes é a não captação da totalidade dos eventos ocorridos, em virtude da subnotificação das mortes e, em menor escala, dos nascimentos. A subnotificação de óbitos é mais freqüente entre as crianças, principalmente entre as recém-nascidas. Entretanto, tanto pelas taxas obtidas pelo método direto, como pelas estimativas feitas pelo IBGE e Ministério da Saúde, calculadas por métodos indiretos, observa-se que a mortalidade infantil na Bahia vem apresentando redução progressiva, mantendo essa tendência em 2007. (FONTE: Direto: SESAB/SUVISA/DIS-SIM E SINASC; Indireto: IBGE - Censo demográfico 2000 e Pnad 2004).

Apesar da taxa de mortalidade infantil ter reduzido na Bahia, o índice ainda é elevado. Vários problemas contribuem para tal estatística, posto que, as causas da mortalidade infantil são de ordem biológica, sócio-econômica e sócio-ambiental. O organismo infantil tem capacidade de defesa reduzida e, a ausência de serviços básicos de saneamento e saúde em especial o atendimento pré-natal e a assistência ao parto e pós-parto contribuem para que este índice continue elevado.
Outros fatores referem-se a baixa escolaridade dos pais, baixo peso ao nascer e não exclusividade do aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida da criança.
Percebemos, desta maneira, que os índices sofrem variações de acordo com a renda, mesmo em bairros mais pobres de Salvador, onde os índices são altos, as camadas sociais de melhor poder aquisitivo possuem taxas inferiores, e a camada de baixa renda sempre apresenta índices maiores que a média nacional.
Concluímos que todas essas demandas necessitam de intervenção governamental, nas esferas municipal, estadual e federal, para que a taxa de mortalidade infantil seja efetivamente reduzida.
REFERÊNCIAS:

CRESPO, Antônio Arnot. Estatística fácil. 17.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

FONTE: Direto: SESAB/SUVISA/DIS-SIM E SINASC; Indireto: IBGE - Censo demográfico 2000 e Pnad 2004).



Disponível em:www.indexmundi.com/pt/salvador/taxa_de_mortalidade_infantil.htm. Último acesso em 13/05/2012.

Disponível em: www.selounicef.org.br. Último acesso em 13/05/2012.




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