O
documentário - Nós que aqui estamos por vós esperamos - é um relato visual contundente de um período
da história da humanidade que foi rico em transformações em todas as áreas do
conhecimento e da sociedade. Através da arte cinematográfica somos defrontados
por imagens que retratam as diversas facetas do ser humano. Desenrolam-se
diante de nossos olhos alguns dos acontecimentos mais marcantes do século XX.
A
sentença, que o diretor Marcelo Masagão, utilizou para nominar o documentário,
foi encontrada no arco do portal de entrada de um cemitério. O
apelo da frase intriga e promove a reflexão profunda sobre a condição de vida e
morte de muitas personagens que vão sendo expostas. A dimensão de pequenez
de cada uma das pessoas que compõem o documentário acaba sofrendo uma expansão
e uma generalização, onde a vida parece ser banalizada, e a morte torna-se um
item quase sem importância aos olhos do observador.
A cada
pessoa trazida para a tela, juntamente com sua data de nascimento e morte, seus
gostos, preferências e realizações somos levados a sentir empatia pelas
histórias de vida ou horror pelas situações expostas. O século XX foi composto,
entre outras milhares de situações, destas pessoas, seus sonhos, suas
frustações e realizações.
O impacto
da revolução industrial muda para sempre as relações de trabalho, e torna o homem
uma máquina no capitalismo. Os períodos das guerras chocam pela crueza das imagens de desprezo pela vida e
desvalorização do indivíduo, mas ao mesmo tempo são mostradas como oportunidades de crescimento para as
mulheres que foram obrigadas a sair de suas casas e entrarem no mercado de
trabalho, em especial na indústria bélica. Ao final da guerra estas mesmas
mulheres já não se encaixam mais na antiga vida de donas de casa e passam a
revindicar seus direitos como trabalhadoras e cidadãs. Conquistam os direitos
de voto, de trabalho e a possibilidade de controlar sua própria fertilidade.
São
lançados muitos pensamentos expressos em frases de autoridades e celebridades
que marcaram o século. Estampados na tela, os avanços tecnológicos e
científicos e o estudo da mente humana
através de frases de Freud, que perpassam vários momentos da película.
A
história de nossa sociedade constitui-se de momentos somados e perpetuados, que
registrados de forma acidental ou proposital amalgamaram um documentário, em
que a profusão de imagens que se sucedem e que nos fazem transitar da dor, do
sofrimento, da raiva e desesperança em relação ao ser humano, até encantamento
com a alegria e espontaneidade, demonstram a complexidade de cada um e de todos.
Pela resenha, gostei muito e me ajudou bastante!
ResponderExcluirMuito boa a resenha vou utilizar no meu curso
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